quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Pr. Anselmo Silvestre



Pastor Anselmo Silvestre
Pastor presidente das Assembléias de Deus em Minas Gerais.
Nasceu em 1º de junho de 1916, em Sabinópolis Gerais (MG).
Casou-se com Bernarda, com quem teve oito filhos: Ruth, Jeremias, Isaías, Noemi. Ezequias, Sulamita, Oséias e Judith. Converteu-se ao evangelho em maio de 1939, em Belo Horizonte (MG), por ocasião da cura de sua esposa.
Em dezembro de 1939, foi batizado nas águas, pelo missionário sueco Algot Svensson, então pastor da Assembléia de Deus de Belo Horizonte, tendo já recebido o batismo com o Espírito Santo. Sua primeira atuação na igreja foi como porteiro no antigo templo da Assembléia de Deus de Belo Horizonte, no bairro Padre Eustáquio (Rua Uberlândia 620), quando ao participar, pela primeira vez, da Ceia, o pastor Algot declarou à igreja : “Precisamos de um bom porteiro. O senhor, como se chama?” Uma pessoa que estava ao seu lado adiantou: “Anselmo Silvestre, ele foi batizado ontem”. Então o pastor Algot prosseguiu: “O irmão quer se levantar para que a igreja o conheça? Aceita o cargo de porteiro?” Anselmo aceitou e começou imediatamente a trabalhar, ficando nesse cargo durante um ano, sendo o primeiro a chegar e o último a sair da igreja.
Em 1940, foi separado para trabalhar como diácono. Naquela época, a Assembléia de Deus em Belo Horizonte possuía cerca de trezentos membros em toda capital. Havia poucos obreiros. Então, mesmo como diácono, Anselmo desenvolvia intenso trabalho evangelístico e pastoral no interior do Estado, em cidades designadas pelo missionário Svensson, tais como Corinto, Curvelo, Pirapora, Montes Claros e outras. Muitas vezes, essas viagens eram custeadas por Anselmo, que, na época, trabalhava na empresa de Estrada de Ferro Central do Brasil. Quando estava para ser promovido, e passaria a ganhar o salário de três contos de réis, foi chamado para trabalhar em tempo integral na igreja, ganhando bem menos. Em 1945, foi consagrado a evangelista, e em 1950, ao ministério pastoral.
Pastor Anselmo Silvestre foi um grande auxiliar do missionário Svensson durante a construção do templo da Rua São Paulo, 1341, no centro da capital Mineira, inaugurado em 13 de maio de 1956.
Em 1958, o missionário Svensson viajou com a família para descanso na Suécia. Estando naquele país, faleceu em 5 de Junho de 1959. Anselmo Silvestre, vice-presidente, foi eleito pelo Ministério, por unanimidade, para pastorear a igreja. Embora Anselmo considerasse que havia pastores mais experientes que ele, como José Alves Pimentel, Geraldo de Freitas e Geraldo Sales, os primeiros consagrados em Minas Gerais.
Quando assumiu a igreja, havia, na capital, apenas 1300 membros e seis congregações. A igreja na capital mineira cresceu em todas as áreas, possuindo atualmente muitos templos, milhares de crentes e centenas de obreiros. Construiu um prédio de doze andares nos fundos do templo, para abrigar departamentos da igreja, o escritório da Convenção Estadual dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus no Brasil (COMADEMG)e a Escola Bíblica Permanente Sião.
Em 1964, começou a investir em missões enviando o Pastor Philemon Rodrigues da Silva para o campo missionário na Bolívia. Atualmente, a igreja mantém missionários em vários países.
Anselmo ocupou cinco vezes a vice-presidência da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB), em 1962-64, 1997-99, 1999-2001, 2001-03 e 2003-05, além de outros cargos na Mesa Diretora e, como conselheiro, em órgãos da Convenção.
O Pastor Anselmo continua atuante na liderança do seu Ministério. Anselmo Silvestre é conhecido em todo país e no exterior pelo seu vigor extraordinário, apesar da idade (sempre viajando), pelo seu bom humor e por gostar de cantar, nas igrejas e convenções, o hino cujo refrão conclama a todos ao avivamento, declarando que “tem que começar pelo altar”.

domingo, 16 de agosto de 2009

A integridade do cristão.

O vocábulo “Integridade” vem do latim “Integrare” que significa “fazer inteiro, uno, total” por exemplo: integrais são números inteiros, integrar é combinar as partes em algo único, holístico, um total.
Então Integridade tem a ver com totalidade, unicidade, indivisibilidade. Uma pessoa íntegra ou de Integridade é a que é una, a mesma:O que ela diz é o mesmo que ela faz. O que ela é em público é o mesmo em sua vida privada. As duas coisas são uma só e não duas. Na verdade, os maiores problemas de caráter acontecem nas menores coisas. Quando o cristão começa sua jornada de guiar outras pessoas percebe-se tendo que encarar sentimentos, impulsos e limitações que nunca imaginou que enfrentaria quando chegasse a tal posição. Há uma relação direta entre ser um cristão e apontar o caminho para outras pessoas. Por isso nos referimos a cada cristão como um líder.
As tentações não se materializam como grandes desafios éticos, mas sim em pequenas coisas que estão ao alcance do líder em seu dia a dia. O amadurecimento de um cristão começa quando ele aprende a lidar com suas pequenas fraquezas e também a compreender a fraqueza dos outros.
Sabemos que não se pode medir o nível de Integridade de uma pessoa. É uma avaliação subjetiva. Mas podemos dizer que existe uma linha imaginária que a mede e que as pessoas, de maneira geral, vêem esta linha e respondem a ela. Esta linha é medida inconscientemente pelas pessoas quando percebem a distância entre fazer o que se fala e falar o que se faz.
Quanto maior a Integridade de um cristão mais ele pode fazer o que fala e falar o que faz. Muitas pessoas, quando em público, são doces e amorosas, mas em sua vida pessoal são vistas como algozes impiedosos. Freqüentemente não somos a mesma pessoa em nossa vida pessoal e na vida privada. É claro que sua privacidade não precisa ser invadida a todo o momento mas vale lembrar que um dia ela será e tudo o que está oculto em sua vida será descoberto. Então a vida cristã e o caráter cristão são uma só experiência. Experiência essa marcada pela frustração e pela busca de socorro em Deus.
Quando se estabelece a Integridade muito pode ser feito. Mas se há uma dúvida quanto à Integridade de um líder ou de uma Igreja, quase nada pode ser feito.
Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra integridade, sobriedade, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se confunda, não tendo nenhum mal que dizer de nós. Tito 2; 7-8
Um dos primeiros ataques a um cristão ou a qualquer líder é quanto à sua Integridade, depois quanto à legitimidade de sua liderança.
Os ataques não acontecem “fora das muralhas”, advindos da estratégia do inimigo, mas sim de dentro de nossa sala mais íntima e segura, transbordando daqueles com quem dividimos o pão.
Esta maldição se manifesta sem que ninguém perceba o seu poder de corrosão. Um reino não pode prevalecer quando está dividido e a falta de confiança no líder gera a divisão e a rebelião.
Integridade é indispensável no Cristianismo, principalmente ao líder cristão.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Pequena biografia de Spurgeon.

Charles Haddon Spurgeon
Um dos maiores pregadores de todos os tempos


Houve época em que o simples fato de optar pela religiăo evangélica equivalia a colocar a cabeça a prêmio. No século 15, Carlos V, o imperador espanhol, queimou milhares de evangélicos em praça pública. Seu filho, Filipe II, vangloriava-se de ter eliminado dos países baixos da Europa cerca de 18 mil "hereges protestantes". Para fugir da perseguiçăo implacável, outros milhares de cristăos foram para a Inglaterra. Dentre eles, estava a família de Charles Haddon Spurgeon (1834-1892), o homem que se tornaria um dos maiores pregadores de todo o Reino Unido. Charles obteve tăo bom resultado em seu ministério evangelístico que, além de influenciar geraçơes de pastores e missionários com seus sermơes e livros, até hoje é chamado de Príncipe dos pregadores.

O maior dos pecadores - Spurgeon era filho e neto de pastores que haviam fugido da perseguiçăo. No entanto, somente aos 15 anos, ocorreu seu verdadeiro encontro com Jesus. Segundo os livros que contam a história de sua vida, Spurgeon orou, durante seis meses, para que, "se houvesse um Deus", Este pudesse falar-lhe ao coraçăo, uma vez que se sentia o maior dos pecadores. Spurgeon visitou diversas igrejas sem, contudo, tomar uma decisăo por Cristo.
Certa noite, porém, uma tempestade de neve impediu que o pastor de uma igreja local pudesse assumir o púlpito. Um dos membros da congregaçăo - um humilde sapateiro - tomou a palavra e pregou de maneira bem simples uma mensagem com base em Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra. Desprovido de qualquer experiência, o pregador repetiu o versículo várias vezes antes de direcionar o apelo final. Spurgeon năo conteve as lágrimas, tamanho o impacto causado pela Palavra de Deus.

Início de uma nova caminhada - Após a conversăo, Spurgeon começou a distribuir folhetos nas ruas e a ensinar a Bíblia na escola dominical para crianças em Newmarkete Cambridge. Embora fosse jovem, Spurgeon tinha rara habilidade no manejo da Palavra e demonstrava possuir algumas características fundamentais para um pregador do Evangelho. Suas pregaçơes eram tăo eletrizantes e intensas que, dois anos depois de seu primeiro sermăo, Spurgeon, entăo aos 20 anos, foi convidado a assumir o púlpito da Igreja Batista de Park Street Chapel, em Londres, antes pastoreada pelo teólogo John Gill. O desafio, entretanto, era imenso. Afinal, que chance de sucesso teria um menino criado no campo (Anteriormente, Spurgeon pastoreava uma pequena igreja em Waterbeach, distante da capital inglesa), diante do púlpito de uma igreja enorme que agonizava?
Localizada em uma área metropolitana, Park Street Chapel havia sido uma das maiores igrejas da Inglaterra. No entanto, naquele momento, o edifício, com 1.200 lugares, contava com uma platéia de pouco mais de cem pessoas. A última metade do século 19 foi um período muito difícil para as igrejas inglesas. Londres fora industrializada rapidamente, e as pessoas trabalhavam durante muitas horas. Năo havia tempo para as pessoas se dedicarem ao Senhor. No entanto, Spurgeon aceitou sem temor aquele desafio.

Tamanha audiência - O sermăo inaugural de Spurgeon, naquela enorme igreja, ocorreu em 18 de dezembro de 1853. Havia ali um grupo de fiéis que nunca cessou de rogar a Deus por um glorioso avivamento. No início, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Contudo, năo me esqueço da insistência das suas oraçơes. As vezes, parecia que eles rogavam até verem a presença de Jesus ali para abençoá-los. Assim desceu a bênçăo, a casa começou a se encher de ouvintes e foram salvas dezenas de almas, lembrou Spurgeon alguns anos depois.
Nos anos que se seguiram, o templo, antes vazio, năo suportava a audiência, que chegou a dez mil pessoas, somada a assistência de todos os cultos da semana. O número de pessoas era tăo grande que as ruas próximas à igreja se tomaram intransitáveis. Logo, as instalaçơes do templo ficaram inadequadas, e, por isso, foi construído o grande Tabernáculo Metropolitano, com capacidade para 12 mil ouvintes. Mesmo assim, de três em três meses, Spurgeon pedia às pessoas, que tivessem assistido aos cultos naquele período, que se ausentassem a fim de que outros pudessem estar no templo para conhecer a Palavra.
Muitas congregaçơes, um seminário e um orfanato foram estabelecidos. Com o passar do tempo, Charles Spurgeon se tornou uma celebridade mundial. Recebia convites para pregar em outras cidades da Inglaterra, bem como em outros países como França, Escócia, Irlanda, País de Gales e Holanda. Spurgeon levava as Boas Novas năo só para as reuniơes ao ar livre, mas também aos maiores edifícios de 8 a 12 vezes por semana.
Segundo uma de suas biografias, o maior auditório em que pregou continha, exatamente, 23.654 pessoas: este imenso público lotou o Crystal Palace, de Londres, no dia 7 de outubro de 1857, para ouvi-lo pregar por mais de duas horas.

Sucesso - Mais de cem anos depois de sua morte, muitos teólogos ainda tentam descobrir como Spurgeon obtinha tamanho sucesso. Uns o atribuem às suas ilustraçơes notáveis, a habilidade que possuía para surpreender a platéia e à forma com que encarava o sofrimento das pessoas. Entretanto, para o famoso teólogo americano Ernest W. Toucinho, autor de uma biografia sobre Spurgeon, os fatores que atraíam as multidơes eram estritamente espirituais: O poder do Espírito Santo, a pregaçăo da doutrina să, uma experiência de religioso de primeira-măo, paixăo pelas almas, devoçăo para a Bíblia e oraçăo a Cristo, muita oraçăo. Além disso, vale lembrar que todas as biografias, mesmo as mais conservadoras, narram as curas milagrosas feitas por Jesus nos cultos dirigidos pelo pregador inglês.
As pessoas que ouviam Spurgeon, naquela época, faziam consideraçơes sobre ele que deixariam qualquer evangélico orgulhoso. O jornal The Times publicou, certa ocasiăo, a respeito do pastor inglês: Ele pôs velha verdade em vestido novo. Já o Daily Telegraph declarou que os segredos de Spurgeon eram o zelo, a seriedade e a coragem. Para o Daily Chronicle, Charles Spurgeon era indiferente à popularidade; um gênio, por comandar com maestria, uma audiência. O Pictorial World registrou o amor de Spurgeon pelas pessoas.

Importância - O amor de Spurgeon tinha raízes. Casou-se em 20 de setembro de 1856 com Susannah Thompson e teve dois filhos, os gêmeos năo-idênticos Thomas e Charles. Fazíamos cultos domésticos sempre; quer hospedados em um rancho nas serras, quer em um suntuoso quarto de hotel na cidade. E a bendita presença do Espírito Santo, que muitos crentes dizem ser impossível alcançar, era para nós a atmosfera natural. Vivíamos e respirávamos nEle, relatou, certa vez, Susannah.
A importância de Charles Haddon Spurgeon como pregador só encontra parâmetros em seus trabalhos impressos. Spurgeon escreveu 135 livros durante 27 anos (1865-1892) e editou uma revista mensal denominada A Espada e a Espátula. Seus vários comentários bíblicos ainda săo muito lidos, dentre eles: O Tesouro de Davi (sobre o livro de Salmos), Manhă e Noite (devocional) e Mateus - O Evangelho do Reino. Até o último dia de pastorado, Spurgeon batizou 14.692 pessoas. Na ocasiăo em que ele morreu - 11 de fevereiro de 1892 -, seis mil pessoas leram diante de seu caixăo o texto de Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra.

Texto: Marcelo Dutra
Fonte: Revista Graça, ano 2 nº 19 – Fevereiro/2001 www.ongrace.com