segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Bons tempos aqueles!

Era década de 80. Lembro-me como se fosse hoje. A cidade era Nazareno, interior de MG. Minha idade? Entre 8 e 12 anos. Mas eu me lembro. Como me esqueceria?
Meu pai é um pastor assembleiano de tempo integral, com serviços ministeriais prestados em MG e SP. Como nasci em um lar cristão, sendo filho de pastor, fui criado em torno do ensino da Palavra, Círculo de Oração, Escola Bíblica Dominical, entre outros eventos de nossa denominação. Costumava ir às reuniões de oração junto com minha mãe e não dá para esquecer o que via ali: os períodos de oração eram em torno de uma hora, os bancos eram banhados com lágrimas e havia quebrantamento de espírito. O resultado? Reverência e temor diante das coisas de Deus.
Minha mãe era professora da classe infantil da Escola Dominical. Próximo a Igreja existia um campo para onde as crianças eram levadas para debaixo de uma sombra para aprenderem as Lições Bíblicas. Confesso que os materiais didáticos não eram sofisticados como hoje. Se resumiam em gravuras e cartolinas com os personagens bíblicos. Os corinhos? "Quão bom e quão suave é, que os irmão vivam em união", "a formiguinha corta folha e carrega", "O sabão lava meu pesinho, lava minha boquinha...mas só Jesus pode lavar meu coração". Eram esses e mais alguns.
A noite, por volta das 18 horas, ligava-se a aparelhagem da igreja, cujo componente era uma corneta que lançava o som a uma boa distância convidando as pessoas a participarem de mais um culto de louvor e adoração ao Senhor.
A vida naquela época não era fácil. Muito menos para um pastor de tempo integral. Mas as mãos do Senhor nunca nos desamparou. Minha família passou por grandes dificuldades, mas em nossa mesa nunca faltou o pão. Aleluia! Meu pai? Nunca o vi falar em deixar a obra de Deus e voltar atrás em seu ministério. Por que? Simples. As aspirações eram outras. Não as dos "pregadores internacionais", "preletores renomados" e " tele-evangelistas" atuais. O evangelho era pregado de forma simples e eficaz. A preocupação era a salvação de almas, transformação de vidas. Foi nesse contexto que cresci e aprendi a amar as Assembleias de Deus, mas os anos se passaram e a realidade mudou.
Sinceramente, estamos vivenciando uma situação insuportável. Aqueles que têm oportunidade de entrar nos canais de televisão, o fazem para atacar lideranças de igrejas co-irmãs, fazer politica eclesiástica, vender produtos que supostamente curam e prosperam, etc. Tomei uma decisão. Não assisto a maioria dos programas evangélicos. O conteúdo, infelizmente, não agrada aqueles que tem um compromisso com a verdade, com a pregação de um evangelho verdadeiramente cristão.
Não tenho saudade nenhuma do radicalismo em que vivíamos em nossa denominação nos tempos da minha infância. O que eu oro a Deus para que volte é o temor, a reverência e o verdadeiro idealismo cristão daquela época.

Um comentário:

  1. Ev.Samuel Euxódio,
    Sua história é de uma simplicidade cativante! Simplicidade essa que foi esquecida na maioria dos púlpitos de nosso país. Também não sinto desejo de assistir nenhuma "programação gospel" que permeiam nossas telas recentemente.
    Percebi que tens um desejo pela mudança, pela volta aos alicerces básicos da fé cristã na igreja hodierna, assim como eu. Percebendo isso,estou te "seguindo" [risos] e desejando que sejamos parceiros nesse grito "virtual" e real pelo retorno ao culto verdadeiramente cristocêntrico, com amor à palavra de Deus e ao Deus da palavra.

    Obrigado pela visita ao meu blog, seja sempre bem vindo, se desejar seguir-nos também sois bem vindo.

    Microscopicamente (João 3.30),
    Walter Filho
    http://blogdowaltim.blogspot.com

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