terça-feira, 8 de janeiro de 2019

LIÇÃO 02: A NATUREZA DOS ANJOS – A BELEZA DO MUNDO ESPIRITUAL

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - 1º TRIMESTRE DE 2019
Obs: este material traz informações adicionais ao comentário da revista, segue a ordem de tópicos e os assuntos contidos em cada tópico tem a ver com o referido tópico da lição de forma geral, e não aborda os subtópicos separadamente.

Texto Áureo: Sl 103. 20
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Lc 1. 26 - 35

Introdução: Veremos na lição que os anjos são seres espirituais, sobrenaturais, e não apenas mitos ou lendas. Eles são reais, estão na Bíblia, e já apareceram às diversas pessoas, tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento.

I – OS ANJOS
Vejamos algumas informações importantes sobre os anjos:
A – Foram criados
“Existe uma única maneira de demitologizar as fantasias populares a respeito dos anjos – voltar a realidade bíblica.” (HORTON, p. 195)
O cristão não pode enxergar os anjos como os demais os vêm, de acordo com a mitologia e as muitas fantasias que se constroem em torno do assunto. O propósito da lição é justamente orientar o cristão acerca da realidade dos anjos e ensiná-los o seu verdadeiro papel.
Primeiramente, eles são criaturas de Deus, ou seja, foram criados, e não têm autoexistência. Presumir quando foram criados e outra tarefa desnecessária, visto que nunca conseguiremos chegar a uma conclusão, porém podemos inferir que foram criados em uma só ocasião. “Foram formados por Cristo e para Ele quando ‘mandou e logo foram criados’ (Sl 148. 5; Cl 1. 16, 17; 1 Pe 3. 22)”. (HORTON, p. 196).
Se foram criados, logo não são eternos, mas perpétuos. Eles tiveram um começo, mas não terão fim, pois estarão presentes nos tempos eternos e na Nova Jerusalém (Hb 12. 22; Ap 21. 9, 12). Lembre-se: somente Deus tem a imortalidade (1 Tm 6. 16).

B – São seres espirituais.
A Bíblia os descrevem como “espíritos ministradores” (Hb 1. 13, 14; Sl 104. 4). No entanto, a Bíblia mostra-os materializando-se e apresentando-se aos homens (Gn 18. 1, 2; 32. 24-30; Dn 8. 15, 16; 1 Rs 19. 5-7; Lc 1. 26-38; Lc 1.11; Lc 2. 8,9. Como seres espirituais é importante salientar que eles não se casam (Mt 22. 30), e são assexuados, certamente, o que descarta a possibilidade deles terem contato sexual com as muheres de Gn 6, conforme alguns ensinam.

C – São inteligentes e poderosos.
Pelo que deles se registra na Bíblia, os anjos em tudo excedem o homem em conhecimento e sabedoria. A Bíblia os apresenta mais sábios que Davi (2 Sm 14. 17, 20) e que Daniel (Ez 28. 1-5).
Sem dúvida são “maiores que os homens em força e poder” (2 Pe 2. 11), porém o seu conhecimento tem limites, e não são oniscientes (Mt 24. 36).
Quanto ao seu poder, eles assombram os que os contemplam (Mt 28. 4). A pedra removida pesava em torno de 4 toneladas. Tinha que ser forte, ser sobre humano. Lembremo-nos do feito em que apenas um anjo foi o suficiente para matar 185 mil assírios (2 Rs 19. 35).

D – São seres gloriosos.
Há diversos textos que associam a manifestação da glória dos anjos à glória do próprio Deus, e entre elas podemos citar:
Chamado de Isaías. (Is 6. 1-40
Na visão de Ezequiel. Ez 1
Na visão de João no Apocalipse. Ap 5. 11, 12


E – Termos para anjos na Bíblia.
“O termo ‘anjo’ na Bíblia pode ser tradução de malakh, do hebraico, ou de angelos, do grego. O significado é mensageiro.” (ESEQUIAS, p. 38). Esses termos podem ser atribuídos tanto a homens como a espíritos, e assim sendo somente pelo contexto é que podemos afirmar se o mensageiro é um ser angelical ou um ser humano.

II – OS SERES CELESTIAIS PARA SERVIR
Quanto a natureza dos anjos já abordamos um pouco no tópico anterior. Portanto nesse tópico vamos nos ater nas funções dos anjos em servir a Deus e a igreja, bem como o papel que cumpriram na história bíblica. Vejamos:
  • Estão na presença de Deus e o adoram. Sl 29. 1,2; 89. 7; Mt 18. 10
  • Regozijam-se nas obras de Deus. Jó 38.7; Lc 15.10
  • Executam a vontade de Deus. Sl 103.20; 104.4
  • Assiste o crente individualmente. 1 Rs 19.5; Sl 91. 12, 13; Dn 6.22; Mt 4.11; Lc 16.22; Hb 1. 14
  • Puni os inimigos de Deus. 2 Rs 19. 35
  • Profetizaram e anunciaram o nascimento de Jesus. Mt. 1. 20-24; Lc 1. 26-28
  • Protegeram Jesus na infância. Mt 2. 13-23
  • Acompanharão Jesus em sua segunda vinda visível. Mt 24. 31; 25.31; Mc 8.38; 13.27; Lc 9.26; 2 Ts 1.7
  • Serviu Jesus após a tentação no deserto (Mt 4.11), e durante a Sua luta no Getsêmane (Lc 22.43)
  • A ressurreição e ascensão de Jesus foram acompanhados por serem angelicais. Mt 28. 2,5; Lc 24.23; Jo 20.12
  • Apesar das ajudas mencionadas, Jesus negou o auxílio de anjos, como durante a tentação, que não fez uso indevido do poder dos anjos (Mt 4.6), e na sua paixão e morte (Mt 26.53)
  • Auxiliou os crentes pós ascensão de Jesus, principalmente quando o assunto era a proclamação do Evangelho. At 5. 19,20; 12. 7-17; 27. 23,24;
  • Alegram-se com a conversão do ímpio. Lc 15.10
  • Mediarão o juízo de Deus contra os ímpios que rejeitarem a Cristo. Mt 13. 39-43; Ap 8. 6-13
III – AS HOSTES ANGELICAIS

Nesse tópico veremos de forma resumida as categorias de anjos, como se segue:

A - “Principados e potestades” (Cl 1.16).
A palavra “principado” vem do termo grego arché, que significa “primeiro”, tendo o sentido de “governo, magistratura”. O Apóstolo Paulo empregou a palavra para indicar elevados poderes demoníacos (Rm 8.38; 1 Co 15.24; Ef 1.21; 3.10; 6.12; Cl 1.16; 2.10,15; Tt 3.1. Quando usada, esta palavra parece indicar uma elevada ordem de seres angelicais, sejam maus ou bons, mas não há qualquer certeza quanto a isso.
Já a palavra potestade, de acordo com nossos dicionários da língua portuguesa, é “aquele que exerce autoridade; qualidade de que manda; de quem exerce domínio sobre algo”.

B – Querubim.
Do hebraico qeruvim, que significa bendizer, louvar, adorar. Eles estão sempre associados com a santidade de Deus e a adoração que a sua presença imediata inspira. (Ex 25.20,22; 26.31; Nm 7.89; 2 Rs 19.15; Ez 1. 5-26; 9.3; 10.1-22). “ (HORTON, p. 199)
A proteçãoda santidade de Deus é uma das funções deles. Foram eles que impediram de Adão e Eva reentrarem no Jardim (Gn 3.24). Representações de querubins estavam na tampa (propiciatório) da Arca da Aliança.

C – Serafins.
Do hebraico saraph, que significa arder. Estão na visão de Isaías 6. 1-3, irradiando a glória e a pureza de Deus. Nesta visão do profeta eles declaram incansavelmente a glória de Deus e a Sua santidade. Os serafins guardam o trono de Deus (Is 6. 6,7). Assim como os querubins, os serafins estão intimamente ligados ao serviço de adoração a Deus.

D – Arcanjos.
“Os arcanjos são os maiorais dos anjos, como o prefixo “arc” sugere.” (CPAD, p. 88).
O termo sugere alguém que exerce o papel de “maioral, de governo, de príncipe, de primeiro ministro” em governos terremos. Miguel é apontado como um deles (Dn 10.13). O nome Miguel aparece cinco vezes na Bíblia, como “príncipes” (Dn 10.13,21; 12.1), como arcanjo (Jd 9) e como combatente contra Satanás e seus anjos (Ap 12.7). Ele é mencionado como aquele que se levanta, provavelmente em defesa do povo de Israel. Há alguns escritos apócrifos e pseudoepígrafos que citam Gabriel como outro arcanjo.

IV – JESUS E O ARCANJO MIGUEL

A afirmação de que Miguel é o próprio Jesus Cristo vem de dois grupos de religiosos: Adventistas do Sétimo Dia e Testemunhas de Jeová.
Eles sustentam essa afirmação, ou tentam sustentar, no seguinte versículo: “Porque o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo e ressoada a trombeta de Deus” (1 Ts 4.16). Pois bem, as TJ argumentam que “caso a designação ‘arcanjo’ se aplicasse não a Jesus Cristo, mas a outros anjos, então a referência à voz de arcanjo não seria apropriada. Nesse caso estaria descrevendo uma voz de menor autoridade do que a do Filho de Deus.” Não há como sustentar essa afirmação, visto que “palavra de ordem” e “voz de arcanjo” são coisas distintas, pois a “palavra de ordem” vem de Cristo, como um brado de guerra. A presença do arcanjo representa os exércitos celestiais.
Já os Adventistas argumentam que “a voz do arcanjo está associada à ressurreição dos santos, na segunda vinda de Jesus.” Cristo declarou que os mortos se levantarão de seus túmulos quando ouvirem a voz do Filho do Homem (Jo 5.28).
Podemos citar outras questões como: Jesus é criador; Miguel é criatura. Jesus é adorado; Miguel não pode ser adorado (Hb 1.6; Ap 19.10; 22.8,9). Jesus é Senhor dos Senhores; Miguel é príncipe (Ap 17.14; Dn 10.13,21).

Conclusão: anjos são seres espirituais criados; não podem ser adorados; estão a serviço de Deus, da igreja, e dos servos de Deus. Não podem ser invocados; não recebem ordem dos homens, mas de Deus.


Boa aula!

Pr. Samuel Eudóxio
(32)98801-1324






BIBLIOGRAFIA

1 – Lições Bíblicas CPAD; 1º Trimestre de 2019
2 – SOARES, Esequias. BATALHA ESPIRITUAL. 1ª edição. RJ. CPAD. 2018.
3 – CHAMPLIN, R. N. ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA, TEOLOGIA E FILOSOFIA. 13ª edição. SP. Hagnos. 2015
4 – Elementos da Teologia Bíblica. Básico de Teologia da EETAD; 2018
5 – Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD, 2017
6 – HORTON, S.M. TEOLOGIA SISTEMÁTICA: UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL. 15ª Impressão. RJ. CPAD. 2013
7 – STRONG, A.H. TEOLOGIA SISTEMÁTICA. 3ª edição. SP. Hagnos. 2008
8 – TEOLOGIA SISTEMÁTICA. Curitiba. InterSaberes. 2014
9 – Bíblia King James
10 – Bíblia de Estudo Pentecostal


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